sexta-feira, 19 de outubro de 2012

HÉRNIA INCISIONAL PÓS CIRURGIA PORTAL ÚNICO

O que era era esperado, começa a aparecer. As cirurgias de portal único parecem realmente dar mais hérnia umbilical. Vejam o artigo abaixo publicado no  J Laparoendosc Adv Surg Tech A. 2012 Oct;22(8):731-7.

Incisional hernia rate may increase after single-port cholecystectomy.
Alptekin H, Yilmaz H, Acar F, Kafali ME, Sahin M.
Department of General Surgery, Selcuklu Medical School, Selcuk University , Konya, Turkey .

Abstract 
Background: The major concerns of single-port cholecystectomy are port-site hernia and cost. Essentially, a larger transumbilical incision is more likely to increase the incidence of incisional hernia. The effect of single-port cholecystectomy on hospital cost is controversial. This study evaluated single-port cholecystectomy and traditional four-port cholecystectomy with respect to perioperative outcomes, hospital cost, and postoperative complications.
Patients and Methods: Between January 2010 and March 2011, 52 patients underwent single-port cholecystectomy, and 111 patients underwent traditional laparoscopic cholecystectomy. We used equal instruments in patients undergoing operation with the same surgical technique. Demographics, diagnosis, operative data, complications, length of hospital stay, and cost were compared between the two groups. Results: The patients undergoing laparoscopic cholecystectomy were significantly older than patients undergoing single-port cholecystectomy (55.8±13.8 years versus 48.7±12.7 years, P=.002). The trocar site hernia rate was 1.8% in laparoscopic cholecystectomy, and the port-site herniarate was 5.8% in single-port cholecystectomy. This is the highest rate reported in the literature for port-site hernia following single-port cholecystectomy. Surgical techniques were not different in terms of conversion to open surgery, postoperative hospital stay, and operative time. The relative cost of single-port cholecystectomy versus laparoscopic cholecystectomy was 1.54.
Conclusions: Although single-port cholecystectomy seems to be a feasible surgical technique, it is not superior over the traditional laparoscopic cholecystectomy. Single-port cholecystectomy is equal to laparoscopic cholecystectomy with respect to conversion to open surgery, postoperative hospital stay, and operative time, but it is associated with high hospital cost and high port-site hernia rate.

Não há dúvida que há espaço para este tipo de procedimento. Os dois principais enganos são:
1. Insistir com procedimentos comuns, porém em que não acrescentam nada (só problemas e custos), tipo colecistectomia.
2. Insistir em single-site, quando o melhor é multiport (com mini, se possível).


quarta-feira, 17 de outubro de 2012


Do site globo.com - 15/10/2012
Raio X mostra objeto esquecido em mulher 5 meses após cirurgia no DF
Servente diz sentir dores constantes desde que tirou pedras da vesícula.
Secretaria de Saúde disse que caso pode ser investigado após denúncia.

Cinco meses após uma mulher de 45 anos realizar cirurgia de vesícula no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), em Brasília, um exame de raio X abdominal detectou a presença de um clipe metálico dentro do corpo dela, na cavidade pélvica. Adriana Dias Vieira fez a cirurgia em 11 de maio, para retirada de pedras da vesícula, e, desde então, diz sentir dores constantes na barriga.

No último dia 8, Adriana, que é servente terceirizada da Câmara dos Deputados, passou por exame de raio X no departamento médico da Casa. “O médico que analisou o exame disse que foi detectado um objeto metálico lá dentro. Ele falou para eu realizar novo exame dias depois, porque caso fosse algo que eu tivesse comido, ia acabar saindo”, afirmou a servente.

O segundo exame, feito na última quinta-feira (11), detectou o clipe metálico novamente. “A única cirurgia que eu fiz foi a da vesícula. Pode ter acontecido algum acidente e ter caído alguma coisa”, disse Adriana.
Em nota, a assessoria da Secretaria de Saúde afirmou que a utilização de clipes em alguns procedimentos cirúrgicos é normal e que o procedimento é consagrado no mundo inteiro. No caso de Adriana Dias Vieira, o clipe foi usado para operação de vesícula e não houve nenhuma anormalidade na operação, diz a nota.

A secretaria informou ainda que Adriana precisa fazer denúncia junto à ouvidoria do Hran para que o caso seja apurado. Conforme a pasta, não foi recebida queixa formal da paciente e ela vai entrar na fila de atendimento para fazer todos os exames e procedimentos necessários.
Na tarde desta segunda-feira (15), Adriana passou por tomografia, que foi levada para análise no Hran. A servente informou que foi encaminhada de volta para o hospital depois de levar o raio X a um posto de saúde.

Segundo ela, o médico que a atendeu disse que há casos em que grampos são deixados no corpo do paciente depois da cirurgia. “Eles disseram que isso, o grampo ficar dentro da pessoa, é normal, que tem pessoas que fazem a cirurgia e ficam vários grampos dentro”, afirmou.

                      Clipe metálico na cavidade pélvica visto em raio X (Foto: Foto: Felipe Neri/G1)

OBS. Intercorrência usual em colecistectomia videolaparoscópica em que a maior parte dos cirurgiões usam clips, a queda de clips pode eventualmente gerar alguma intercorrência. Existem relatos incidentais na literatura. De qualquer maneira, é pouco provável que o quadro clínico do paciente seja causado por este clip. O ideal é não usar clip e se utilizá-lo, ter material adequado e o cuidado de visualizar a entrada do clipador.



O II Congresso Brasileiro de Hérnia / I Congresso Latino-americano de Hérnia realizado no Instituto de Educação e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês foi um grande sucesso de acordo com a avaliação da maioria dos congressistas que respondeu à pesquisa de satisfação.

Houve um número recorde de inscritos e isto, sem dúvida, é a resposta positiva dos profissionais que perceberam o empenho em criar uma programação científica com conteúdo relevante e ministrada por grandes especialistas: foram 422 participantes (entre palestrantes e congressistas) oriundos de 25 estados brasileiros e outros 10 diferentes países, além de 172 representantes dos patrocinadores e expositores.

O próximo Congresso será realizado em Porto Alegre com a presidência do novo condutor da Sociedade Brasileira de Hérnia - o gaúcho Dr. Leandro Totti Cavazzola.

terça-feira, 9 de outubro de 2012


PROJETOS DE ENSINO EM VIDEOCIRURGIA 
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIRURGIA MINIMAMENTE INVASIVA
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E PESQUISA DO HOSPITAL MOINHOS DE VENTO
TURMA 2012/2013

PROJETOS DE ENSINO EM VIDEOCIRURGIA 
CURSO DE EXTENSÃO EM CIRURGIA VÍDEO-LAPAROSCÓPICA 2013 -I

Mais uma JACAD, tradicional, com a presença de convidados estrangeiros de relevância e também os brasileiros.
Bento Gonçalves de 21 a 23 de novembro de 2012
Livro Springer link

General Surgery
Editors: Kirby I. Bland MD, Markus W. Büchler MD, Attila Csendes MD, FACS (Hon), Michael G. Sarr MD, O. James Garden MBChB, MD, FRCS (Ed), FRCP (Ed), FRACS (Hon), John Wong BSc (Med (Syd)), MBBS (Syd), PhD (Syd), MD (Hon (Syd)), FRACS, FRCS (Edin), FRCS (Glasg), FACS (Hon)


ISBN: 978-1-84628-832-6 (Print) 978-1-84628-833-3 (Online)
Ano 2009

Prezados amigos, seguidores deste blog. Com o blog da videocirurgia tenho tentado estudar o potencial desta ferramenta para divulgação do mundo da videocirurgia. Por falta de tempo, tenho atualizado pouco o blog, utilizando mais a rede social - facebook como divulgadora de eventos. Talvez o twitter em função da sua velocidade seja interessante também.
De qualquer maneira, prometo incrementar o espaço com informações que recebo ou gero para atualizá-los no mundo da videocirurgia. Porém, a idéia do blog seria mais para debater, analisar informações
Vamos em frente!
Obrigado pelo apoio
Um abraço
Miguel Nácul

Divulgamos texto enviado pela Diretoria de Defesa Profissional AMB, de nosso interesse encaminhado pela Direção do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva

Médicos informam autoridades sobre protesto contra planos de saúde

O Ministério da Saúde recebeu, na manhã desta terça-feira (2 de outubro), comunicado formal sobre a realização de um grande protesto organizado pelos médicos contra as empresas que operam no setor da saúde suplementar. Juntamente com o ofício enviado às autoridades, os médicos entregaram cópia da carta que será encaminhada às operadoras (confira as íntegras abaixo).

No documento, os profissionais ressaltam que o protesto exprime a preocupação dos médicos com os riscos de desassistência gerados pelas operadoras de planos de saúde ao recusarem o diálogo e estagnarem os entendimentos entre os profissionais e as operadoras.

“Os médicos têm, sucessivamente, apontado situações que desrespeitam pacientes e profissionais em seus direitos”, informa o ofício assinado pelos presidentes da Associação Médica Brasileira (AMB), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam).

Desequilíbrio – O documento destaca ainda alguns números sobre o setor. No Brasil, o mercado de planos de saúde cresce cerca de 5% ao ano, o que garante grande faturamento às operadoras (cuja receita em 2011 foi de R$ 82,4 bilhões), sem suficiente contrapartida em termos de valorização do trabalho médico e na oferta de cobertura às demandas dos pacientes.

Nos últimos 12 anos, os reajustes dos planos somaram 150% (30 pontos percentuais acima da inflação acumulada no período – 120%). No mesmo período, os honorários médicos não atingiram reajustes de 50%. Da receita de R$ 82,4 bilhões, de acordo com a ANS, foram aplicados na assistência médica R$ 67,9 bilhões, o que sugere um margem de lucro abusiva.

Reivindicações – Além de reajuste nos honorários, os médicos pedem o fim da interferência antiética das operadoras na relação médico-paciente. Também reivindicam a inserção, nos contratos, de índices e periodicidade de reajustes – por meio da negociação coletiva pelas entidades médicas – e a fixação de outros critérios de contratualização.

De acordo com as lideranças do movimento, os pacientes não serão prejudicados com a mobilização dos médicos. As consultas serão remarcadas posteriormente e não haverá paralisação nos atendimentos de casos de emergência.


OFÍCIOS ÀS AUTORIDADES SOBRE O PROTESTO DE OUTUBRO


À Sua Excelência
Senhor Alexandre Padilha
Ministro de Estado da Saúde


Senhor Ministro,

As entidades médicas nacionais, por meio deste, exprimem sua grande preocupação com o quadro de desequilibro existente no campo da saúde suplementar no país, o qual, segundo já divulgado, culminará com um protesto nacional contra as operadoras de planos de saúde, previsto para começar no próximo dia 10 de outubro.

Este será o quarto protesto nos últimos dois anos. Os anteriores ocorreram em 7 de abril e em 21 de setembro de  2011 e 25 de abril de 2012. Desta vez, os relatos dão conta da realização de atos públicos (assembleias, caminhadas e concentrações) no período de 10 a 25 de outubro de 2012, sendo que, com base em decisões tomadas em assembleias locais, a categoria pode suspender, por tempo determinado, consultas e outros procedimentos eletivos.

A pauta de reivindicações do movimento contempla CINCO pontos:

Reajuste dos honorários de consultas e outros procedimentos, tendo como referência a CBHPM;
Inserção de critérios de reajuste, com índices e periodicidade definidos por meio de negociação coletiva, nos contratos;
Inserção de critérios de descredenciamento nos contratos;
Resposta da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), por meio de normativa, à proposta de contratualização, encaminhada pelas entidades médicas;
Fim da intervenção antiética na autonomia da relação médico-paciente.

Trata-se de um movimento coordenado pelas entidades médicas locais, que relatam dificuldade de prosseguir negociações com os empresários dos planos para recomposição das perdas acumuladas nos honorários de consultas e procedimentos e para interrupção definitiva na interferência antiética dos planos na relação médico-paciente.

Os médicos têm, sucessivamente, apontado situações que desrespeitam pacientes e profissionais em seus direitos. Entre elas, constam glosas indevidas, restrições de atendimento, descredenciamentos unilaterais, “pacotes” com valores prefixados e outras medidas que reduzem a qualidade do atendimento, gerando uma crise sem precedentes na saúde suplementar.

Por outro lado, apesar do cenário nebuloso existente, o setor atestada seu bom desempenho contínuo em seus indicadores. No Brasil, o mercado de planos de saúde cresce mais de 5% ao ano, o que significa milhões de novos usuários no país por período, o que garante grande faturamento às operadoras (cuja receita em 2011 foi de R$ 82,4 bilhões), sem suficiente contrapartida em termos de valorização do trabalho médico e na oferta de cobertura às demandas dos pacientes.

Nos últimos 12 anos, os reajustes dos planos somaram 150% (30 pontos percentuais acima da inflação acumulada no período – 120%). No mesmo período, os honorários médicos não atingiram reajustes de 50%. Da receita de R$ 82,4 bilhões, de acordo com a ANS, foram aplicados a assistência medica R$ 67,9 bilhões, o que sugere um margem de lucro abusiva.

Aproveitamos a oportunidade para encaminhar como anexo documento que tem sido enviado às operadoras de planos de saúde nos estados com informes sobre o protesto e sobre a pauta de reivindicações da categoria. O texto ressalta o interesse das entidades médicas locais em estabelecer canal efetivo de diálogo para alcançar as soluções esperadas pelos médicos e 48 milhões de usuários dos planos de saúde.

Finalmente, diante desse quadro de desequilíbrio, solicitamos a mediação do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) na superação deste impasse.


Atenciosamente,

AMB FENAM CFM


Carta aberta às operadoras de planos de saúde

A partir do próximo dia 10 de outubro, os médicos de todo o país irão - novamente - alertar a sociedade e a população usuária de planos de saúde sobre os baixos honorários e as interferências antiéticas praticadas pelas operadoras.

Trata-se de um PROTESTO aos abusos praticados pelos convênios, seguros e planos de saúde suplementar, numa lógica que tem seguidamente privilegiado o lucro em detrimento da qualidade da assistência à população e do equilíbrio nas relações com os médicos.

Coordenado pelas entidades médicas locais e regionais, este será o quarto protesto nos últimos dois anos. Os anteriores ocorreram em 7 de abril e em 21 de setembro de  2011 e 25 de abril de 2012. Estão previstos atos públicos (assembleias, caminhadas e concentrações) no período de 10 a 25 de outubro de 2012, sendo que, com base em decisões tomadas em assembleias locais, a categoria pode suspender, por tempo determinado, consultas e outros procedimentos eletivos.

Informamos que a pauta de reivindicações do movimento contempla CINCO pontos:

1.    Reajuste dos honorários de consultas e outros procedimentos, tendo como referência a CBHPM;
2.    Inserção de critérios de reajuste, com índices e periodicidade definidos por meio de negociação coletiva, nos contratos;
3.    Inserção de critérios de descredenciamento nos contratos;
4.    Resposta da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), por meio de normativa, à proposta de contratualização, encaminhada pelas entidades médicas;
5.    Fim da intervenção antiética na autonomia da relação médico-paciente.

Em que pesem os esforços de algumas empresas que aceitaram o diálogo com os médicos, ofereceram reajustes e apresentaram cronograma de pagamento, há situações de impasse que permanecem e que esperam por soluções imediatas.

Neste sentido, solicitamos às operadoras de planos de saúde que retomem a negociação com as entidades médicas a partir dos parâmetros aqui apresentados. O estabelecimento desse canal de diálogo será de grande benefício para empresários, médicos e pacientes.

Atenciosamente,

Comissão Estadual de Honorários Médicos