domingo, 30 de outubro de 2011

Artigo Minilaparoscopy - Here and Now - Publicado na revista da SOBRACIL

Comunicação do Dr. Marcelo Loureiro e Dr. Eduardo Bonim da Universidade Positivo - Curitiba, PR


Caros amigos

Gostariamos de dividir com todos a satisfação da publicação em editorial na revista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Laparoscópica (SOBRACIL) sobre a nossa opinião e experiência a respeito de novas tendências em cirurgia. 
Embora haja um grande entusiasmo da comunidade cirúrgica com o avanço da tecnologia, hoje a MINI é a única técnica nos moldes da laparoscopia, esta já validada e consagrada, que nos permite oferecer algo de eficaz para reduzir as cicatrizes dos nossos pacientes... embora não seja tão apelativa e tampouco tão glamurosa quanto a via de orifícios naturais (sem cicatriz) ou a via de acesso única (single port, LESS, etc..)...
Graças ao nosso amigo e mentor Gustavo L Carvalho de Recife pudemos iniciar nossa experiência em MINI em 2007, cuja técnica já faz parte do nosso cotidiano. Graças a ele também temos observado o avanço nos materiais para MINI, como exemplo os novos trocartes MINI sem fricção.

Não estamos aqui defendendo uma companhia de produtos médico-cirúrgicos ou um amigo. Tampouco somos contra as outras técnicas. Não recebemos royalties ou dinheiro por divulgar a MINI. Estamos apenas expondo a opinião de um grupo frente a diversas técnicas que felizmente (e/ou coincidentemente) hoje a melhor delas, a MINI, está nas nossas mãos, e liderada mundialmente por um Brasileiro de Recife.

Provavelmente, em um futuro próximo, teremos técnicas ainda melhores, viáveis e proporcionando menor trauma cirúrgico com segurança. Enquanto isso, temos a MINI, aqui e agora.
 
Leia o arquivo em pdf ou acesse o link da revista da SOBRACIL  http://www.sobracil.org.br/jv040401.asp
 

Um abraço,
Eduardo A Bonin
Marcelo MP Loureiro
Instituto Jacques Perissat/ Universidade Positivo- Curitiba - Paraná.

 

domingo, 2 de outubro de 2011

SOBRE OS PLANOS DE SAÚDE - NÃO É FÁCIL SER MÉDICO NO BRASIL!

Em entrevista à revista Exame, o presidente da Amil, empresário Edson de Godoy Bueno, em linguagem desabrida e triunfalista, não escondeu os meios de que se valeu para enriquecer. Quando indagado sobre o segredo de ficar bilionário tão rápido, em síntese, respondeu: “Para mim, foi uma experiência que me trouxe grande satisfação. Eu percebi que dispunha de mão de obra extremamente qualificada, mas extremamente barata: o médico. Eu soube explorar isso, e o resultado foi a Amil”.

Logo, para o presidente da Amil, os fins justificam os meios, numa espécie de ética enviesada, onde se permite utilizar o médico como mão de obra barata e disponível à sede de ganho dos empresários da saúde. Reconheça-se, contudo, a coerência do ricaço da saúde, ao lançar mão de métodos pouco ortodoxos, como, por exemplo, medicina por evidência, terceirização de serviços de alta complexidade, redirecionamento de pacientes e apologia da ortotanásia com o objetivo claro de cortar custos. Logo, às favas com os escrúpulos, pois o que interessa é o resultado grandioso, a gigante Amil, capaz de uma interferência indevida no cerne da atividade médica, diagnóstico e tratamento, afetando, por conseguinte, um contingente enorme de usuários deste plano de assistência médica privada, vítimas frequentes da sua ganância.

Infelizmente, o impacto desta declaração desastrosa não repercutiu como devia, isto é, não serviu para aglutinar e organizar os médicos numa posição de repúdio à exploração descarada e explícita, que dá ao presidente da Amil um lucro fácil e fabuloso. Os médicos, mais uma vez, perderam a oportunidade de virar a página da submissão, quando não se desligaram desta operadora que avilta o trabalho em seus consultórios, bem como os explora, enquanto empregadora, em seus seus hospitais próprios. Falou mais alto a falta de consciência política dos médicos, que, intimidados, preferem esmolar para se manterem credenciados. Com relação aos usuários, o comportamento da Amil não é diferente: prevalece a lógica do lucro escorchante, através de contratos draconianos que sequer são cumpridos.

Esse plano de saúde ganhou uma dimensão nacional, e, tal qual um polvo, lança seus tentáculos na direção dos três poderes da República, numa busca calculada de áreas de influência, que se dá com o crescimento da sua bancada no Congresso Nacional, com uma interferência descabida na Agência Nacional de Saúde Suplementar e com uma tentativa de aproximação do Judiciário, buscando abrandar os rigores da lei. Para a infelicidade de médicos e usuários essa arremetida parece exitosa.

O desrespeito aos médicos e aos contratos tem como consequência maior o sacrifício do doente. No caso da Amil, essa questão deve ser considerada, sob pena da conivência do poder público com ações que não primam pela benemerência, pelo contrário, se destinam a sugar materialmente os usuários do plano, acarretando-lhes sofrimento e decepção. O sentido de humanidade desaparece, como ideal civilizatório, e surge a falta de indulgência, típica do gangsterismo dos planos de saúde.

Tudo isso acontece sob os olhares omissos da Agência Nacional de Saúde Suplementar, que não fiscaliza, rigorosamente, os serviços prestados pela Amil, limitando-se apenas ao exame dos aspectos legais de seus contratos. Jamais questionou a desobediência da Amil em relação às normas emanadas do Ministério da Saúde, tampouco se comportou como mediadora do conflito entre médicos, usuários e esta operadora. Da mesma forma, nessa linha de imobilismo, encontramos os Conselhos Federal e Estaduais de Medicina, que, em momento algum, repudiaram a declaração acintosa do presidente da Amil com base no Código de Ética Médica. Essa passividade, diante de uma exploração confessada, envergonha os médicos e deixa antever que o infrator da ética médica, o médico Edson de Godoy Bueno, continuará impune.

Sem o apoio decisivo dos seus Conselhos Éticos, aos médicos mais corajosos cabe apenas denunciar aos usuários deste plano de saúde que não têm independência sobre procedimentos que a eles cabe decidir, do mesmo modo que são orientados a atender os pacientes, no menor tempo possível, o que contraria as normas da Organização Mundial de Saúde. Essas condições, impostas pela Amil, transformam o usuário em paciente de segunda categoria e o médico, em seu algoz. Na realidade, essa é a chave do sucesso do presidente da Amil: evitar a confluência do desejo de um bom atendimento médico com o interesse em atender da melhor maneira possível.