segunda-feira, 18 de julho de 2011

DO BOLETIN DA ALACE - Volume 1, Numero 6 - JULHO 2011

SEÇÃO: 
VIDEOCIRURGIA  BASEADA EM EVIDÊNCIAS CIRURGIA: A esplenectomia laparoscópica tem menos complicações do que a esplenectomia aberta? 
  • Esplenectomia laparoscópica é preferível a esplenectomia aberta, pois reduz as complicações e o tempo de recuperação é mais curto - Grau de recomendação B 
  • Para esplenectomia em esplenomegalia (mas não para esplenomegalia gigante), a abordagem laparoscópica é ainda preferível à esplenectomia aberta - Grau de recomendação B 
  • “Hand Assisted Laparoscopic Surgery” (HALS) deve ser considerada para evitar a conversão para cirurgia aberta e como o procedimento primário para esplenomegalia gigante – Grau de recomendação B 
  • Esplenectomia laparoscópica é recomendada para doenças benignas e malignas – Grau de recomendação B 
  • Se o baço tem que ser removido íntegro, HALS é o recomendado como uma porta ou uma incisão adicional - Grau de recomendação C 
CONCLUSÕES 
Esplenectomia laparoscópica produz menos complicações que a cirurgia aberta em pacientes com baço de tamanho normal, independentemente de o paciente ser portador de doença benigna ou maligna - Nível de evidência 3 - Grau de recomendação B 


A abordagem laparoscópica também é indicada no baço, mas não em esplenomegalia maciça - Nível de evidência 1b - Grau de recomendação B

Dr. David Ortega

IV CONGRESSO SUL-BRASILEIRO DE VIDEOCIRURGIA

Na área de Cirurgia Geral foram definidos os convidados estrangeiros do IV Congresso Sul Brasileiro de Videocirurgia.

D r.   Ricardo Alberto Torres
·        Fellow en Cirurgia Digestiva em Munique na Alemanha
·        Internacional Guest Scholar nos Estados Unidos.
·        Professor Titular de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidad Nacional del Nordeste, Diretor do Centro de Treinamento e investigação em Cirurgia Laparoscópica e minimamente invasiva
·        Chefe do Departamento de Cirurgia do Hospital Escuela “José F. de San Martín”
·        Chefe de Cirurgia Laparoscópica Avançada do Hospital de Alta Complexidade da Cidade de Formosa.
·        Membro da Academia Argentina de Cirurgia



Dr. Pablo E. Omelanczuk

·        Chefe Setor de Cirurgia esôfago-gástrica e Bariátrica, Serviço de Cirurgia General - Hospital Italiano de Mendoza, Argentina


Dr. Héctor Geninazzi
·        Cirurgião do Hospital Italiano de Montevidéu, Membro Fundador e ex-presidente da Asociación Latinoamericana de Cirujanos Endoscopistas (ALACE)
·        Delegado por Uruguai, e Membro Fundador do Capítulo Latino-americano da IFSO (Internacional Federation of Societies for the Surgery of Obesity and Metabolic Diseases).


Dr. Jean-Michel Fabre
·        Professor Hôpital Saint Eloi - Cirurgia Digestiva - Montpellier, França


terça-feira, 12 de julho de 2011

OUTDOR PARA SE PENSAR!

Movimento “menos Vereadores + Professores”!!
O outdoor colocado na rua Olívio Domingos Brugnago, no bairro Vila Nova, em Jaraguá, demonstra a indignação sobre a proposta de aumento do número de vereadores na Câmara.

Do Clic RBS - Cirurgia Bariátrica


Saúde  |  10/07/2011 07h20min

Cirurgia bariátrica: revolução no estômago e na mente

Nunca se falou tanto em cirurgia bariátrica, uma das formas mais eficazes de combate à obesidade, que exige, antes de tudo, uma séria transformação psicológica

Kamila Almeida  |  kamila.almeida@zerohora.com.br
Apesar de os relatos de pacientes que passaram com sucesso pela cirurgia da obesidade se aproximarem de contos de fada, o método está longe de ser uma mágica. Há muita luta, dor e sofrimento envolvidos no processo de emagrecimento proporcionado por uma intervenção de grande porte. O número de candidatos é grande. No Brasil, a cada oito minutos, uma pessoa se submete à ferramenta de modificação corporal. Desses, um em cada 300 morrem. Os motivos vão desde a má cicatrização a complicações clínicas ou cirúrgicas.

Com a provável redução do uso de medicamentos para emagrecer – devido à  recente restrição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em relação aos medicamentos à base de sibutramina, os mais populares no mercado do emagrecimento –, a tendência é que a única saída para quem tem obesidade e não consegue resolver o problema de outras formas seja a cirurgia bariátrica. Hoje indicada para pacientes com IMC  (índice de massa corporal) acima de 30 e doenças associadas, como diabetes e hipertensão, o procedimento está em estudo nos EUA, na Itália e Espanha, que querem reduzir o limite mínimo de IMC para a indicação da operação. 

O cirurgião Ricardo Cohen, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, está coordenando uma pesquisa no Hospital Oswaldo Cruz sobre a eficácia da operação em pessoas com IMC entre 30 e 35 com o financiamento do Ministério da Saúde. Foram recrutados 105 voluntários, que serão operados dentro de semanas. Para Cohen, o procedimento é mais seguro do que os medicamentos. A previsão é que, somente em 2011, sejam feitas mais de 70 mil reduções de estômago no país. 

— É uma ótima opção para tratar de uma doença séria. Não é uma alternativa unicamente estética. O índice de mortalidade não é desprezível — avalia o chefe do Núcleo de Cirurgia Metabólica e Bariátrica do Hospital Moinhos de Vento, Artur Pacheco Seabra. 

Há, é claro, a vertente de médicos que não concordam com a indicação do  procedimento em casos que não sejam extremos. Segundo Eduardo Mutarelli,  neurologista do Hospital Síro-Libanês, estudos recentes mostram que 16% das pessoas que passam pela redução sofrem alguma alteração neurológica, como
perda de memória e confusão mental, entre outras complicações físicas e psíquicas. 

A forma mais eficaz de se evitar percalços é seguir as  especificações da Organização Mundial da Saúde (OMS) – que indica acompanhamento nutricional, clínico e psicólogo. Especialista em obesidade, a psicóloga bariátrica Débora Gleiser afirma que além dos riscos relacionados ao bisturi, ainda há a possibilidade emocional de pôr tudo a perder. 

— É uma mudança brusca de vida, onde a comida não pode mais ser usada como calmante — argumenta Débora, do Grupo de Estudos das Cirurgias da Obesidade e Metabólica (Gecom). 

O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica no Rio Grande do Sul, Gabriel Vargas, destaca que, apesar dos riscos, a mortalidade de doenças relacionadas à obesidade é 40% maior em não operados do que naqueles que se submeteram à técnica. 

— Isto mostra que, apesar dos riscos, a cirurgia é muito mais segura do que tentar tratar uma doença tão complexa como a obesidade de outras formas — afirma o cirurgião.

Alívio e arrependimento

Qualidade de vida. De olho nessa perspectiva, o empresário Mauro Kappel,41 anos, procurou ajuda para ser operado, no ano de 2007. Apesar de todo o sofrimento pós-cirúrgico, sentiu-se aliviado. Enfim, conseguiu dormir sem um aparelho para apneia do sono. A animação de Mauro inspirou sua mulher, Veronica Macedo de Oliveira Kappel, 39 anos. Apesar de temer a técnica, ela pesou os benefícios, encarou a“faca”e mandou 56 quilos embora. 

— Ficar magro é muito bom. Mas na hora que a gente acorda da cirurgia, bate um arrependimento, pois você continua gordo – diz ela.

Alegres por terem conseguido manter os resultados, o casal comemora. Nem todos conseguem. Cerca de 5% dos casos abandonam os cuidados e voltam a engordar. O chefe da equipe de cirurgia bariátrica da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Luiz Carlos De Carli, lista cinco elementos essenciais para evitar o reganho de peso:  

— São os 5 Cs: convicção de que quer e vai conseguir, consciência do que o ato representa, confiança na equipe, comprometimento de não pular nenhuma etapa e comparecer a todas as consultas e controle.

A loucura de quem engorda para ser operado
Não há cirurgia que emagreça a cabeça. Parte-se dessa premissa para desencorajar quem se aventura a encarar uma cirurgia só para ter alguns dias de magreza. Há quem faça loucuras. Uma das artimanhas mais condenáveis e também mais comuns, são aqueles obesos que não se encaixam nas condições cirúrgicas engordarem para aumentar o IMC. Com Catarina Barreto, 34 anos, foi assim. Nunca se conformou com os quilos extras distribuídos nos seus 1,74 metro de altura. Cogitou a cirurgia. Foram meses engordando para se encaixar no índice corporal previsto pela OMS. Na hora da pesagem na  endocrinologista, chegava a se encolher para que sua altura parece menor e conseguisse o laudo. Nos últimos exames pré-cirúrgicos, porém, voltou atrás.

— Pensei: do que adiantaria eu ser operada se sei que não deixaria de comer. Eu seria como tantos que eu conheço, que engordam tudo outra vez — diz, aliviada de não seguir adiante com o plano. 

A partir do episódio, a postura de Catarina mudou. Entendeu que eram as próprias compulsões que a deformaram e que somente com esforço poderia reverter a situação. Voltou a se maquiar e a visitar salões de beleza. Matriculou-se em uma academia de ginástica. Uma hora de exercícios por dia fez com que enxugasse sete quilos em dois meses. 

— Minha maior felicidade foi poder comprar um jeans. Sonhava em me ver vestida com um e não precisar mais mandar fazer as roupas. 

O pensamento de Catarina a salvou de uma furada. De acordo com Artur Seabra, pessoas compulsivas têm chances reduzidas de sucesso. 

— A compulsão alimentar deve ser contornada antes da cirurgia. Caso contrário, a pessoa volta a descontar tudo na comida e tem mais chances de desenvolver outros transtornos mais graves. 
CADERNO VIDA ZH

domingo, 10 de julho de 2011

Do editorial do Boletim da ALACE 2011

Sobre a utilização de novas tecnologias em cirurgias

Neste momento, dependendo de onde no mundo você está e de suas possibilidades econômicas, você pode estar envolvido, digamos, como um exemplo, em uma colecistectomia, utilizando-se uma laparotomia mais ou menos extensa, a laparoscopia, com três ou quatro portais, por laparoscopia robótica ou através de um sistema de portal ou acesso único, transumbilical ou NOTES (transvaginal ou transgástrico). A técnica em todos os casos é a mesma, mas não os riscos, possíveis complicações e recuperação pós-operatória. 
  Estimulamos os profissionais no momento da intervenção cirúrgica a uma "tirania da inovação". Passamos de "qualquer do passado era melhor" e uma forte resistência a mudanças (lembre-se do intenso debate, não há muito tempo, causada pela introdução da colecistectomia laparoscópica) em uma corrida frenética para "ser o primeiro a fazer" E os nossos pacientes desavisados ​​com freqüência também reivindicam o "final" porque entendem que ele deve ser "o melhor" Mas devemos estar conscientes do risco, pois a maioria das inovações é introduzida com base nos resultados de série de casos e não de estudos prospectivos randomizados. 
  Onde encontrar então o ponto médio de harmonizar a segurança e a inovação? Como podemos ter certeza de que oferecemos ao paciente o melhor procedimento para cada caso? 
  Na minha humilde opinião, esta é uma questão de ética profissional e integridade pessoal. A relação entre médico e o paciente é fundamental para obter bons resultados. A qualidade do nosso trabalho depende muito de ser sincero e autêntico e que as diferenças podem evitar interferências nocivas. Não pode ser condenado qualquer cirurgião por ser "especialista em tudo", desde que conheça bem os procedimentos aplicados, as conseqüências potenciais e como identificar e tratar suas complicações. E acima de tudo, não deve usar a inovação apenas para alimentar seu ego. 

  Quando em dúvida, lembre-se do velho ditado hipocrático "Primum non nocere". Vamos ser honestos e não façam nada que alguém não iria querer fazer em nós.

MUITO TRISTE PARA TODOS NÓS!

Médicos, mão-de-obra extremamente barata



quinta-feira, 7 de julho de 2011

TELECONFERÊNCIA MOSTRA CIRURGIA ROBÓTICA DA FLORIDA PARA O RIO GRANDE DO SUL

No último dia 05 de julho, a Semana Científica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre recebeu uma bela atividade científica. Foi transmitida uma videocirurgia bariátrica (by-pass gástrico) realizado por robótica diretamente do Celebration Hospital na Flórida, EUA. A cirurgia foi realizada pelo Dr. Keith Kim que esteve recentemente em Búzios, RJ no Congresso Regional de Videocirurgia da SOBRACIL. A transmissão foi coordenada em Porto Alegre pelo Dr. Leandro Totti Cavazzola e Dr. Paulo Sandler, Professores do Departamento de Cirurgia da UFRGS. Como não poderia deixar de ser, o evento teve repercussão também na mídia - veja abaixo.
Que este tipo de atividade que aproxima cada vez mais os serviços e incrementa o conhecimento científico se repita com mais frequência aproveitando o grande avanço das tecnologias de informação.


Médicos do Hospital de Clínicas acompanham cirurgia robótica

Procedimento realizado na Flórida foi transmitido durante a 31ª Semana Científica

Médicos e profissionais da área da saúde acompanharam, na manhã desta terça-feira, um evento inédito em Porto Alegre. Durante as atividades da 31ª Semana Científica do Hospital de Clínicas (HCPA), houve a transmissão, em tempo real, de uma cirurgia robótica no auditório do HCPA. O procedimento, realizado no Hospital Celebration Health, na Flórida (Estados Unidos), tinha como objetivo a redução de estômago de um paciente obeso. Um dos grandes diferenciais da transmissão foi o fato de que era permitido a troca de informações entre quem acompanhava o procedimento no hospital com o médico que executava a cirurgia, Keith Kim, nos Estados Unidos.

A Semana Científica do HCPA segue até sexta-feira, com a realização de palestras, debates e demonstrações de procedimentos, além da apresentação de trabalhos de pesquisa. Segundo o médico do HCPA e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) Leandro Totti Cavazzola, que foi o responsável pela parceria com o Hospital Celebration, essa é uma possibilidade de divulgar os avanços tecnológicos na área da cirurgia.
“Nos EUA, a robótica já é utilizada desde 2000. Falta investimentos no Brasil para que essa tecnologia também seja aproveitada”, avaliou. “A robótica evita distorções e traz um grau mais alto de precisão”, avalia.


Professor explica procedimento | Crédito: Bruno Alencastro

Entre as principais vantagens da utilização da robótica está a precisão dos movimentos durante a realização das cirurgias. Segundo o médico, isso é fundamental quando se trata de pacientes com alto grau de risco, como ocorre com os obesos. Além disso, esse tipo de cirurgia reduz consideravelmente os efeitos pós-operatórios. Como o procedimento é menos
invasivo, o paciente pode se recuperar mais rapidamente e com menos sofrimento.

Para o cirurgião e professor da Ufrgs Paulo Sandler, o intercâmbio de informações, como a transmissão da cirurgia em tempo real, é um grande passo. “Neste momento, o futuro fica um pouco mais perto de Porto Alegre”, disse ele, ao introduzir a cirurgia. Segundo Sandler, os avanços tecnológicos permitem benefícios consideráveis ao paciente.

Sandler avaliou que o evento também permite a interligação de várias áreas da saúde, como nutrição. Após a transmissão da cirurgia, ele acredita que o maior desafio é conseguir mobilizar os gestores para a aplicação de recursos para viabilizar que essas cirurgias possam no futuro ser realizadas no Estado.

Outros links: